Desenvolvimento Neuro Motor do Bebê: Estimular X Enriquecer
- ftadriana
- 18 de mar.
- 2 min de leitura

Os grupos de mães sempre me sugerem demandas para eu vir aqui escrever pra vocês.
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Esses dias, uma delas estava preocupada em como convencer os familiares e rede de apoio que a "brincadeira" de colocar um bebê de 8 meses para andar, apesar de parecer divertida, não é tão inofensiva assim.
Vou tentar explicar sem ser muito técnica ...

As aquisições motoras de um ser humano, como sustentar a cabeça e o tronco, sentar, engatinhar e andar, dependem do amadurecimento do sistema nervoso central (cérebro) e das experiências vividas e oportunidades ofertadas pelo ambiente.
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Não foi a toa que no título do post temos um "duelo" entre ESTIMULAR e ENRIQUECER e como eles afetam o desenvolvimento neuro motor do bebê.
Em teoria, nenhum bebê com neurodesenvolvimento normal precisa de intervenções ou estímulos no desenvolvimento motor. Esse vai acontecer no ritmo de cada criança dentro de uma janela de tempo aceitável. Assim como não devemos apressar o rompimento de uma crisálida porque a borboleta em formação vai sair de lá despreparada para seu primeiro voo, não é inofensivo estimular aquisições motoras que estão fora da janela de desenvolvimento de um bebê.
Músculos, ossos e articulações podem sofrer as consequências.
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Já o enriquecimento do ambiente traz benefícios pois cria oportunidades para esse bebê explorar seu potencial. Brinquedos, estímulos visuais e táteis, roupas confortáveis, tummy time e pouca intervenção vão dar a chance do bebê explorar o ambiente à medida que suas capacidades se desenvolvem. As aquisições de movimentos, coordenação, equilíbrio e posturas ganham um fluxo contínuo e muito lindo de acompanhar.
Voltando ao conflito da mãe que citei lá no início, creio que o andar ou colocar em pé precocemente seja uma das práticas mais comuns. Sim, os bebês gostam de ficar de pé e parecem se divertir - não é preciso ser radical - uma vez ou outra não vai causar problemas, mas não pode ser um prática contínua e diária.
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Agora essa tolerância já não se aplica ao uso de andadores e jumpers que, apesar de proibidos, ainda são utilizados por muitas famílias.
Apesar de acreditar que uma mãe deve ter autonomia para decidir o que entende ser prejudicial para seu bebê independente de argumentações técnicas, essa é uma queixa frequente e bem sei que tentar contornar a situação e não se indispor com familiares e rede de apoio é desafiador e muuuuito cansativo.
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Por isso, a melhor maneira de fazê-lo é pedir orientação ao profissional que acompanha o desenvolvimento do bebê - normalmente o/a pediatra.
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Bem, acho que é isso, espero que você que também passa ou passou por algo semelhante encontre orientação e acolhimento nesse texto.
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Obrigada pela visita e volte sempre que quiser.
Até mais.
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com carinho,
Adriana
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