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Tornar-se Mãe: Cobrança e Controle


mãe acalentando seu bebê enquanto ele dorme

Não se cobre tanto, afinal tornar-se mãe não é uma chave que a gente vira e pronto ! Tá mais para trocar um pneu com o carro andando.

A reflexão aqui é sobre achar que temos que saber o que fazer assim que chegamos em casa da maternidade, como se o bebê fosse um diploma que recebemos e nos habilita a "manejá-lo" de forma perfeita.

Todas já ouvimos assim: - Calma, devagar você pega o jeito...

Mas acontece que a gente quer acertar, saber o que fazer, estar no controle.

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O acesso a informações de inúmeras fontes nos ajuda por um lado mas também nos dá a falsa noção de que se a gente manejar as coisas como ensinam tudo dará certo.

Aí você segue a "receita" e quando o "bolo desanda" fica se cobrando e tentando descobrir o que foi que você fez de errado.

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Eu mesma, ainda hoje, preciso cuidar para não centralizar demais as demandas só para ter o controle de tudo (ou fazer do meu jeito) e acabar os dias exausta.

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A real é que a gente se torna mãe ao longo do processo.

Sim, temos que trocar o pneu com o carro andando, construir a ponte enquanto atravessamos o rio, ou mesmo, conduzir a orquestra enquanto se compõe a música.

É isso, somos jogadas na direção de uma intensa e brusca transformação para a qual não existe como se preparar. Cada passo ou etapa vai nos desafiar de maneiras diferentes e nos mostrar que o imprevisível mora ao lado e tentar manter o controle de tudo é exaustivo e frustrante.

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Além disso, a tentativa de manter o controle nos coloca numa centralidade um tanto vaidosa e egocêntrica que nos desvia do caminho. Na tentativa de fazer com que as coisas saiam certas ou aconteçam como o esperado nós perdemos a chance de admirar a trajetória e aprender com ela.

Passamos a buscar uma idealização que nos desvia de quem somos de verdade, nos coloca numa caixa como se todas as mulheres, porque agora são mães, tem que sentir, pensar e fazer tudo igual.

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Muitos dos nossos desafios e incertezas são iguais mas a forma como cada uma vai agir e sentir diante deles pode ser diferente. O que importa é você fazer escolhas conscientes e saber exatamente em quais "brigas" do maternar quer entrar ou não.

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Permitir que o tornar-se mãe aconteça ao mesmo tempo que você cria seu filho é um exercício de modéstia e humildade.

Se colocar como aprendiz, lado a lado e permitir que o vínculo com seu bebê te conduza nessa jornada é libertador.

Alinhar suas expectativas, abrir mão de estar no controle e parar de avaliar sua performance pode tirar uma carga enorme das suas costas.

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Em muitos momentos você vai perceber a mulher que você era conflitando com a mãe que está nascendo, mas saiba que elas podem conviver pacificamente a medida que vão aprendendo a ceder um pouquinho pra cá ou pra lá, dependendo da situação.

Anular quem você é e abrir mão de si mesma não vai te tornar uma mãe melhor, pelo contrário. Cuide-se e aceite (de verdade) ajuda.

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Maternar é só por hoje, abraçando o imprevisível, um dia de cada vez, fazendo seu melhor e sabendo que é amada apesar de suas imperfeições.

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O que escrevi aqui é parte de uma das reflexões que medio com as mulheres no puerpério que me procuram para Consultoria.

Se fez sentido pra você e quer saber no que mais posso te ajudar não deixe de entrar em contato.

Será um prazer te acompanhar nesse jornada !

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Obrigada pela companhia e até breve.

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